tag:blogger.com,1999:blog-5917889720484227492024-03-12T23:45:19.470-07:00QuadrafônicoAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/00678903257653057320noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-591788972048422749.post-79481898163396047882013-01-06T12:35:00.000-08:002013-01-06T13:20:02.936-08:00Britpop antes do Britpop<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.terrascope.co.uk/MyBackPages/Images/Hollies.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="260" src="http://www.terrascope.co.uk/MyBackPages/Images/Hollies.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<b>Por Gabriel Albuquerque</b><br />
<br />
Stone Roses, Blur, Oasis, Radiohead, The Verve, Suede? Nenhum desses. A música pop britânica já tinha explodido ao redor do mundo muito antes da chegada do indie. E isso é relembrado em uma excelente compilação de três volumes, lançada pelo selo carioca Discobertas, entitulada <i>Britpop - O Legítimo Pop Britânico dos Anos 60</i>.<br />
<br />
Com o sucesso da tríade The Beatles, Rolling Stones e The Who, os holofotes voltaram-se para a Inglaterra, que teve seu mercado fonográfico explorado o máximo possível. E assim, aproveitando a onda do pop do começo da década de 1960, surgiram dezenas de bandas e duplas de rock & roll: The Animals, The Hollies, Gerry & The Pacemakers, Manfred Mann, Dave Clark Five, The Spencer Davis Group, Peter & Gordon, Herman's Hermits e mais uma infinidade de grupos que costumam ser injustamente esquecidos pela história. Todos esses nomes, eclipsados pelos grandes clássicos conterrâneos, estão na compilação da Discobertas.<br />
<br />
Básico e com letras inocentes, o som dessas bandas era marcado por guitarras rápidas, bateria pulsante e backing vocals grudentos. Ou seja, o mais primitivo do rock e o seu mais genuíno senso de diversão energia, como se nota em hits como ''Stay'', dos Hollies, ''The Hippy Hippy Shake'', do Swinging Blue Jeans, e ''5-4-3-2-1'', do Manfred Mann, músicas simplistas e empolgantes que serviram de principal influência para a Jovem Guarda de Roberto, Erasmo e Wanderléa. <br />
<br />
Passadas tantas décadas, o som dessa primeira invasão da música pop inglesa pode parecer ingênuo. Mas ainda funcionam como uma aula de rock para as dúzias de indies sem sal, em postura blasé e que tem Matthew Bellamy e John Mayer como guitar heros.
<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/wjhrd-PMKxI" width="420"></iframe><br />
<br />
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/NvEDAuO-Row" width="420"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00678903257653057320noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-591788972048422749.post-81955121021530096242012-12-23T11:39:00.001-08:002012-12-24T22:56:44.306-08:00Arenas e a elitização do futebol<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigVTXPnD8xwEx5YlHgfYpiDcmSi78RjhEa2UJGVJEmqsc1vbmOjVF5afXp1sPic0BVT63UMqAtiy9UXHDg3Hx3JcncrWYt6qBk_yfHlHb47GgAtTJnmbru9DQr0IZzvmDRb4umWkUtPPAE/s1600/OgAAACOSILBUzX8KwVHIUH0GRpb5tngG4i_iQi5A28SV5z5p0xRyGAGLRdM4u1vHC--2xv8KV3OzkqGdsb4sp33i2KIAm1T1UEkHjEhppI9XBef-8WiqNXqnnMOW.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="317" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigVTXPnD8xwEx5YlHgfYpiDcmSi78RjhEa2UJGVJEmqsc1vbmOjVF5afXp1sPic0BVT63UMqAtiy9UXHDg3Hx3JcncrWYt6qBk_yfHlHb47GgAtTJnmbru9DQr0IZzvmDRb4umWkUtPPAE/s400/OgAAACOSILBUzX8KwVHIUH0GRpb5tngG4i_iQi5A28SV5z5p0xRyGAGLRdM4u1vHC--2xv8KV3OzkqGdsb4sp33i2KIAm1T1UEkHjEhppI9XBef-8WiqNXqnnMOW.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Maracanã com o povão lotando a geral: imagem que tende a virar memória</td></tr>
</tbody></table>
<b>Por Gabriel Albuquerque</b><br />
<br />
''Arena é o futuro do futebol. Não dá para lutar contra o futuro''. Essa foi a conclusão tomada na principal mesa redonda do rádio pernambucano. Times de diversos estados já entraram na corrida para construir suas arenas. Corrida que, após a Copa de 2014, deve tornar-se ainda mais frenética e desenfreada. A modernização é iminente. É, de fato, o futuro. E o time que não se planejar, não adotando os tais padrões internacionais, irá perder espaço no mercado do futebol nacional, que fica cada vez mais acirrado.
<br /><br />Tudo isso traz uma série de benefícios: instalações mais confortáveis e mais higiênicas, maior acessibilidade para deficientes físicos, amplos estacionamentos, entre outras melhorias. Entretanto a modernização dos estádios não é as mil maravilhas que imagina-se durante o clima de oba oba das novidades, e pode acelerar um processo que já começa a ganhar espaço no futebol brasileiro: a elitização.<br />
<br />
Estádios superluxuosos, ingressos a preços absurdos e um ambiente exageradamente formal. As casas do futebol tendem a se tornar mais ''sofisticadas'' e a excluir o torcedor comum, o povo, que vai ao estádio com a mesma frequência com que vai ao teatro: três ou quatro vezes ao ano, como comentou recentemente o escritor inglês Nicky Hornby, autor de <i>Febre de Bola</i> e <i>Alta Fidelidade</i>.
<br /><br />Hoje, como uma problemática ainda não estabelecida por completo, a elitização não preocupa tanto. Mas, se implantada, fará o futebol perder tudo aquilo que o torna tão belo, apaixonante e intrigante há quase um século: o contato com o povo e a emoção com que estes torcedores o recheiam. O esporte é popular por permitir naturalmente uma integração de grupos e classes sociais díspares. A vibração do estádio, a comemoração de um título e a frustração de um rebaixamento são sensações indescritíveis, que unem pessoas de modo como nenhum partido político ou religião jamais conseguiu fazer.
<br /><br />As arenas, claro, não são vilãs. Mas caso não sejam implantadas com cuidado, podem destruir a essência popular de um esporte que não faz distinção de raças ou classes, e transformá-lo em um espetáculo para milionários e suas Mulheres Ricas. O sangue, suor e lágrimas, a batalha dentro das quatro linhas, dariam lugar a um processo de domesticação e civilização sob medida para esse novo público. O futebol corre o risco de ser maquiado e transformar-se em um produto: limpinho e bonito, mas falso, sem emoção. Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00678903257653057320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-591788972048422749.post-2475675625161526532012-12-19T18:59:00.000-08:002012-12-19T18:59:15.423-08:00Falar de Caetano é foda<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDsojjKY1UQ3bMDglNCYXjD9yIL_5SHVczTk2PV_gNbpOtsZ6MZ_6YGZDKdMwvF2cfRw8gJ2VabC0VFlRKlNHcBJeakO_czJk_fxK1UPW_7LwwHj3b-pqTS5MrPB1YmOjERISU9ExthdEO/s1600/caet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDsojjKY1UQ3bMDglNCYXjD9yIL_5SHVczTk2PV_gNbpOtsZ6MZ_6YGZDKdMwvF2cfRw8gJ2VabC0VFlRKlNHcBJeakO_czJk_fxK1UPW_7LwwHj3b-pqTS5MrPB1YmOjERISU9ExthdEO/s400/caet.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br />
<div class="MsoNormal">
<b>Por Gabriel Vilela</b><br />
<br />
É amado. É odiado. Não tem preguiça. Não passa de um oportunista barato. Ele é criativo, está sempre na vanguarda. Ele já está ultrapassado, buscando prestígio em emular novidades já prontas. É um gênio da música popular brasileira. É um boçal, pernóstico, por vezes maligno. É a salvação. É o câncer. É deus. É diabo.<br />
<br />
É Caetano. E escrever sobre ele é difícil. Porque há razões para o odiá-lo muito. E há também razões para amar sua obra. É possível encontrar diversas falhas de caráter nele. Lobão que o diga. Mas também foi um dos líderes do Tropicalismo, movimento que subverteu conceitos antiquados à época e revolucionou a música nacional. Também sofreu e lutou contra a ditadura, chegando até a ficar exilado na Europa.<br />
<br />
Entretanto, ao ouvir seu novo disco, me esforcei ao máximo para passar por alto todas estas discussões intermináveis que rodeiam o nome de Caetano, me concentrando apenas no som. O nome do álbum, <i>Abraçaço</i>, e a capa horrível não dão boa impressão. Porém, isso é trivial diante do conteúdo.<br />
<br />
Começa muito bem com “A Bossa Nova é Foda”. Com um arranjo muito bem construído, Caetano consegue unir diversas referências (como UFC e Noel Rosa) numa letra bem interessante. "Estou Triste" comove. O verso "estou triste, tão triste / e o lugar mais frio do Rio é o meu quarto" é marcante.<br />
<br />
Merece bastante destaque também a canção "Funk Melódico". Faz algum tempo que Caetano vem interessado no funk carioca. O disco mais recente de Gal Costa, produzido por ele, é prova disso. Nessa canção, o ritmo da periferia é bem aproveitado, variações são colocadas, tudo para conduzir uma letra bem "caetânica".<br />
<br />
Todavia, o grande destaque vai para "Um Comunista". Nela, Carlos Marighella, um dos maiores comunistas da história do país, morto numa emboscada durante o regime militar, é belamente homenageado. Com melodia pungente e densa, emociona.<br />
<br />
"O Império da Lei" é uma boa canção, apesar da ligação tendenciosa com o Pará, que é o hype da vez. Afinal, estamos falando de Caetano Veloso. "Parabéns" é o destaque negativo. É enfadonha, plástica, fake.<br />
<br />
É um disco que agrada. A banda Cê merece ser parabenizada pelo bom trabalho. Tem ótimos momentos, e apesar de algumas falhas, ainda é melhor do que muita coisa feita por gente mais nova. Complicada ainda é a tarefa de decifrar Caetano. É foda.<br />
<br />
<br /></div>
</div>
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/84fbY0T1sSY" width="560"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00678903257653057320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-591788972048422749.post-81111281412441065062012-12-18T17:25:00.000-08:002012-12-18T17:25:15.397-08:00Pelo fim dos Stones<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://p2.trrsf.com.br/image/get?src=http%3A%2F%2Fimages.terra.com%2F2012%2F12%2F16%2Frollingstonesladygagamick2ap.jpg&o=cf&w=619&h=464" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="299" src="http://p2.trrsf.com.br/image/get?src=http%3A%2F%2Fimages.terra.com%2F2012%2F12%2F16%2Frollingstonesladygagamick2ap.jpg&o=cf&w=619&h=464" width="400" /></a></div>
<b><br /></b>
<b>Por Gabriel Albuquerque</b><br />
<br />
No último sábado (15/12), o Multishow transmitiu o último show da aguardada turnê comemorativa de 50 anos dos Rolling Stones. A apresentação em Nova Jersey, Estados Unidos, só confirmou: é a hora e a vez dos Stones se despedirem dos palcos.<br />
<br />
Há décadas a banda cedeu e conformou-se com o esquema de gravar discos razoáveis, coletâneas com os antigos clássicos mais algumas músicas novas para garantir boas vendas e o mesmo show repetitivo e acomodado, com as mesmas músicas de sempre.<br />
<br />
O show do sábado revelou um Rolling Stones apático, cansado e sem química. Uma fera amansada com o passar dos anos. ''Paint It Black'' foi tão asséptica e sem força que nem parecia a música que embrulhou a década de 1960 com um laço negro e cristalizou o fim do sonho hippie. ''Wild Horses'', dedicada às crianças vítimas do tiroteio numa escola americana, foi permeada por clima de romatismo barato de cantores de barzinho.<br />
<br />
Além disso, a banda não se dá bem. Em sua autobiografia <i>Vida</i>, Keith Richards deixou claro que a sua relação com Mick Jagger já não envolve amizade, chamando de ''insuportável'' e dizendo: ''eu adorava Mick, mas já não vou ao camarim dele há 20 anos''. No ano passado, em meio às especulações se haveria ou não uma tour de aniversário, o vocalista chegou a afirmar que o guitarrista não poderia ir a uma possível comemoração dos 50 anos da banda, e revelou que há conflitos de ego no grupo.<br />
<br />
Tudo isso é refletido no palco: não há entrosamento entre a banda, que, sem gás, precisou recorrer a diversos convidados para injetar ânimo à apresentação, como o fez Bruce Springsteen em ''Tumbling Dice'' e Lady Gaga em ''Gimme Shelter'' - uma aparição aberrante, com a cantora fazendo o maior estardalhaço possível, com gritos e mais gritos desnessários mas que trouxeram uma energia que até o momento os Stones não conseguiram emplacar sozinhos.<br />
<br />
A empresa que a banda se tornou é uma grande mancha na história de um dos maiores grupos da história do rock. Aos poucos os Rolling Stones vão destruindo a si próprios. Não há motivos para continuar. O mais sensato seria despedir-se dos palcos e pendurar as guitarras enquanto estão por cima.<br />
<br />
A hora de uma despedida já passou. É tarde, sim, mas não tarde demais. Ainda.<br />
<br />
<br />Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00678903257653057320noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-591788972048422749.post-79334390457820080212012-12-14T15:59:00.001-08:002012-12-14T16:00:44.704-08:00Quarentões do punk ainda esbanjam energia <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://dyingscene.com/wp-content/uploads/keith-morris-e1334169243645.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://dyingscene.com/wp-content/uploads/keith-morris-e1334169243645.jpg" width="400" /></a></div>
<b><br /></b>
<b>Por Gabriel Albuquerque</b><br />
<br />
A tática de reunir-se em torno de um ''supergrupo'' já é bastante utilizada entre velhos músicos consagrados que estão fora dos holofotes e precisam arrecadar uma grana para a aposentadoria. Liderado pelo vocalista Keith Morris (ex-Black Flag e ex-Circle Jerks), o OFF! seria enquadrado nessa categoria se não fosse pelo fato de que a qualidade não depende dos currículos de seus integrantes.<br />
<br />
A banda de Los Angeles foi formada em 2009, mas efetivou-se esse ano, com o lançamento de seu primeiro ''full length'': o sensacional <i>OFF!</i>. Com 16 músicas em 16 minutos, o disco tem o melhor do punk e do hardcore californiano, sob uma produção crua que deixa transparecer todo o peso, força e energia do som, gravado praticamente ao vivo. Curto e grosso. É uma espécie de <i>Kick Out The Jams </i>em meio à um cenário onde reinam guitarras de plástico e gravações entupidas de overdubs. Espontaneidade e força ao lado de melodias dinâmicas que arrasam com qualquer rock pausterizado e pop punk diluído.<br />
<br />
Da faixa inicial ''Wiped Out'' ao encerramento com ''I Need One (I Got One)'', o que se tem é uma sucessão de pauladas que transitam entre o punk e o hardcore. Tudo isso feito por mãos de quarentões pais de família já experientes na arte do barulho, que dão uma aula de rock à bandinhas indies aguadas. É música pesada da mais alta qualidade e executada com espontaneidade, sem truques, sem frescuras. Impossível ficar indiferente. Afinal de contas, já dizia John Lydon, a raiva é uma energia.<br />
<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/ZstX2k5_W28" width="560"></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00678903257653057320noreply@blogger.com0